“De que
em matéria de sentimentos não há como estabelecer limites rigorosos, não há
fim, nada nunca termina realmente, tudo permanece dependente, indefinido, em
estado de espera, e mesmo no caso de uma relação que termine, no sentido de que
se rompa e cada membro seja ejetado numa direção diferente e tudo aquilo que
possam ter compartilhado se dilacere e se divida em duas metades
irreconciliáveis, mesmo neste caso, por mais um ou ambos reivindiquem o
rompimento no momento mesmo em que ele se consuma, justificando-os com fatos,
causas, argumentos convincentes, nenhum dos dois jamais terá condições de saber
positivamente se isso, a cujo fim dizem assistir, termina de verdade ou só faz
uma pausa para entrar em outra fase, por exemplo, de latência.”
(O passado, de Alan Pauls, p. 453)
Pesadaa, Alan Pauls, seu filha da puta! Com toda certeza vou ler este livro :D
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