Meu coração cede de tanta sede

Há algo dentro de mim que grita intensa e verdadeiramente pelo seu nome. É quase como se em cada pulsar de átrio ou ventrículo existisse uma sílaba de seu nome, um traço de seu rosto, um arrepiar de sua pele.
Quase posso dizer também que é como se até o universo inteirinho, e os planetas com seus anéis ou só com seu solo macio e nu, e o cosmo e os buracos negros e as estrelas – essas testemunhas de nós em tantos céus de alguns lugares (que parecem tantos) – trouxessem no próprio cerne os nossos nomes juntos, a nossa certeza escrita na própria essência, sabe-se lá como.
Ando eloquente. Falo de coisas que eu mal conheço, coloco os astros no meio da nossa história, brinco com os deuses. Zeus, Afrodite... Pouco me importa.
Perdi a sede de literatura, meu amor. Minha sede agora é outra.
Sede de navegar no teu corpo feito um barco português a desvendar mares nunca antes conhecidos, passear por caminhos e me perder em rodamoinhos de ventos que só sua respiração rente a minha pode me proporcionar, encontrar terras imagináveis e outras existentes e nelas hastear uma bandeira.
Tenho tanta sede, meu amor. Agora, do alto da vontade de você em que atiro essas palavras num papel sem vida, morro de sede. Uma morte doce. Sim, uma morte com o cheiro do seu lençol que não me sai da pele. Desse modo, me perco entre seu sorriso, seu dedo meio torto igual ao meu, seu pescoço arrepiado, sua boca vermelha, seu olhar tão adocicado e sorrio no meio das estrelas, do cosmo, dos buracos negros, das galáxias e de todos os deuses, que ao te sentir suspirar cansado e adormecer deitado em meus seios depois de uma noite longa, eu sei, também sorriem de volta para mim.

4 comentários

  1. então grita, nem que seja em sonho, grite e espante a morte

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  2. ler isto foi como debruçar na janela com esperança de que os céus me dissessem alguma coisa, como se esperasse que só abrindo a cortina eu encontraria o amor...

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  3. essa eloquência amor nenhum nunca me deu. não deixa correr, menina. segura forte o que é teu.

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  4. ai que águinha-na-boca que dá ver os amor escorrer pelos teus dedos e me saltar aos olhos. menina, você pulsa feito coração, você, alías, tá toda coração! percorra o tal corpo e viva, flor. desabrocha rosa e colorida nos braços dele.

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