Dor:

“Fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito. Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada: com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei que meus pais me perdoaram eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança. Mas eu, eu não me perdoo. Quereria que simplesmente se tivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe.” (p. 50)
in  Clarice,  (Benjamin Moser)

3 comentários

  1. e justo agora que uma pessoa especial demais para se esquecida, me mostrou esse livro e disse que é o máximo. parece que é, né? ela é.

    e eu queria ser também, às vezes, ou quem sabe uma vez só, sensacional. que fosse um milagre apenas.

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