Lista da semana: Especial Flip

A Flip me deixou silenciosa. Foi um mergulho de volta à literatura - de onde eu estava bem distante. É como se eu tivesse perdido um pouco o jeito de falar.

Mesmo assim, pra não deixar passar batido a Lista da semana, selecionei aqui minhas coisas preferidas da Festa Literária Internacional de Paraty.

Paraty é azul
Toda vez em que eu visito uma cidade, tento encontrar uma cor pra ela. Paraty é azul.

Luvas de pelica

Não sei por qual motivo só estão disponíveis os áudios das mesas, sem o vídeo. Mesmo assim, essa foi uma surpresa pra mim e vale muito a pena ser ouvida. Traz um olhar talvez mais acadêmico da obra da Ana Cristina Cesar, autora homenageada da Flip 2016.

Tati Bernardi e a volta à adolescência
Eu tinha 14 anos quando descobri em palavra um eco de tudo o que eu sentia. Um eco Tati Bernardi. Eu a lia compulsivamente. FIz trocentas comunidades no orkut (sdds) com minhas frases preferidas, esperava por cada texto novo com uma ansiedade incontrolável. 
Um dia, enviei um texto meu pra ela e aos 15 anos ganhei o mundo quando ela o publicou em seu site. Tati, do começo dos seus vinte anos, me deu a maior certeza que eu tenho até hoje: a escrita. 
Eu torci pela Tati como poucas vezes torci por alguém nessa vida. Comprei a primeira edição de seu primeiro livro, acompanhei cada conquista. Cresci com ela, sendo guiada da melancolia ao humor, do amor ao escracho. Enquanto a lia, sentia que a vida, mesmo que por poucos minutos, ficava mais bagunçada, mas, de algum modo estranho e inexplicável, também mais compreensível. 
Encontrá-la na minha primeira Flip, depois de mais de 10 anos como sua leitora, foi de encher o coração de amor e orgulho. 

Bombom da Maga
Sorry estragar a expectativa de apenas coisas literárias, mas o bombom da Maga ganhou meu coração <3 Comi todos os dias e ainda trouxe uma caixa pra casa - que, claro, também já non ecziste mais. Caso esteja com viagem marcada pra Paraty, sugiro que passe por lá todo dia e leve pra casa um estoque considerável.

Um poema triste
Ana Cristina
(Cacaso)

Ana Cristina cadê seus seios?
Tomei-os e lancei-os
Ana Cristina cadê seu senso?
Meu senso ficou suspenso
Ana Cristina cadê seu estro?
Meu estro eu não empresto
Ana Cristina cadê sua alma?
Nos brancos da minha palma
Ana Cristina cadê você?
Estou aqui, você não vê?

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