Sempre falamos da nossa infância no presente

A menina que eu fui
e a mulher que eu sou
se misturam

Viro a mulher que eu fui
a menina que eu sou

Uma bagunça bonita
cheirando a pele recém-descoberta
suor noturno

E uma dor
de pisar nas peças de brinquedo
com os pés descalços

De pregar a ponta dos dedos
com o velho grampeador

E um desejo
De se esconder na caixa de papelão
e alcançar a lua

E talvez achar alguma parte
da menina
que tenha se perdido
nos pregos e poças
do traço no papel do tempo.

Um comentário

  1. Todo mundo tem várias partes né? Essa é a parte tua que mais me parte: a Layse tão doce e suave quanto a própria palavra dela.

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