Genderless na moda

Genderless significa "sem gênero". Não é um conceito que vale só pra moda; já tá por aí, e muitas pessoas já não querem mais se enquadrar em feminino ou masculino. É sobre borrar as fronteiras e as imposições. É sobre ser quem quiser e como quiser. E, só lembrando, isso não tem nada a ver com sexo biológico ou orientação sexual.

Genderless aparece na moda, e chegou chegando em 2015, como mais do que androginia - em que o feminino tem toques de masculino e vice-versa. Genderless acaba com essa divisão e vem com uma carga mais reflexiva, poderosa e livre. Todo mundo pode.

Thais Blanco, designer de moda, que teve o genderless como tema de seu trabalho de conclusão de curso, em 2012, explica que "a diferença da moda "no gender" para aquilo que conhecemos há anos como peças "unissex" é justamente essa fusão de elementos e a desconstrução de signos tidos como "apenas" masculinos e, principalmente, femininos (saias, vestidos, tops etc..). A desconstrução dos conceitos binários não vem para padronizar, mas sim para permitir a livre expressão."

Unissex e andrógino = genderless?
Essa coisa de Unissex x andrógino x genderless dá meio que um nó na nossa cabecinha. É tudo igual? É tudo uma mistura?
Thais Blanco: Todo mundo já viu na vida aquelas seções de loja ou etiquetas de peças com a palavra "unissex". Isso já vem de muitos anos. E tanto o vestuário feminino quanto o masculino passaram por alterações drásticas ao longo dos séculos. Mas os códigos que constroem o que a gente enxerga como "feminino" e "masculino"sempre tiveram essa característica polarizada. Geralmente, o que é unissex na loja, ou era, até a metade dessa década, eram coisas que, teoricamente, são "neutras": camisetas, calças de moletom e afins. O que a moda genderless faz hoje é gerar uma desconstrução daquilo que de fato consideramos masculino ou feminino, não para neutralizar tudo e vestir as pessoas com camisetas e moletom, mas para abrir o leque de possibilidades.

E isso, às vezes, vem com uma pegada de androginia?
Thais Blanco: Ao primeiro olhar sim, porque se você propõe elementos tidos como femininos num corpo reconhecido como masculino, e vice-versa, você cria esse resultado visual que chamamos de "andrógino". Mas esse termo também é louco e delicado, porque ele aproxima o binarismo, mescla as coisas de certa forma, mas o binarismo continua ali, lado a lado: o "andro" e o "gino".
Genderless é muito mais sobre você descaracterizar esses signos... do tipo "é só uma saia", "é só uma calça"e não do tipo "homens podem usar roupas femininas, mulheres podem usar roupas masculinas."

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