Love, a série do Netflix: uma paródia do amor



Terminei de ver Love. Vi tudo em dois dias. É uma daquelas séries levinhas e gostosas de assistir, que te fazem ficar jogada no sofá por horas a fio, em estado de inércia. 
Como esse nome, só podia ser uma série sobre o amor, certo? Hum... não é bem assim.
A série gira em torno de dois personagens: o Gus e a Mickey.
Gus é apresentado, logo no comecinho, como o pior tipo de cara: aquele que parece legal, mas que não é realmente. E isso resume a pequenez do seu personagem. Gus não é o típico nerd romantizado, like spider man, ele é um idiota mesmo. Por uns dois segundos a gente até cai na dele, mas passa logo. 
Mickey é a cool girl que afirma que não é cool coisa nenhuma, mas uma viciada - em droga, em álcool, em relacionamentos. A gente já vê isso lá no começo, quando seu ex-namorado surge - um cara desprezível, dos mais nojentos mesmo. É essa a lógica das relações de Mickey e é isso que justifica a esperança dela de encontrar em Gus, o cara estranho e 0,1% fofo, algo que preencha seus vazios.

Pra mim, é uma série sobre como homens conseguem ser bem babacas. E o quanto mulheres incríveis não percebem como são incríveis e se envolvem com homens de merda. Li por aí que Love não traz nada de bom para as mulheres, mas discordo. Pelo menos até o fim da primeira temporada, olhar pra Mickey é nos deparar com nós mesmas e com tantas migalhas que costumamos aceitar só por querer estar em um relacionamento, só para fazer parte da lógica do amar/ser amado - "ser amado", né? 
Love é isso: um pedido de socorro de uma personagem que quer sempre mais, mas se contenta com tão pouco. Sendo assim, a série acaba funcionando como espelho: meu deus, eu nunca deixaria alguém me tratar assim. Mas deixamos. Isso de fato acontece muito. E não deveria. Então acho que  a série acaba resvalando em reflexões mil e uma constatação: chega de se contentar com tão pouco. 

Love me parece muito uma paródia do amor. Talvez até uma farsa ou uma caricatura. Claramente é uma ironia. É a tentativa, que não dá nada certo, de narrar uma relação amorosa e que acaba saindo como uma definição da falta, da carência, das falhas - o que é quase uma definição do não amor. Ou será que amor é isso também? Pra mim, a série vê o amor como uma palavra mal acabada, cujas letras mudam toda hora e o resultado é sempre incerto - o que tem tudo a ver com a abertura.

Mickey, você tá toda ferrada, mas é maravilhosa. Gus, você é um belo de um bosta. Julgamentos fictícios à parte,  uma coisa é certa: amor é tão fácil e certo como 2 e 2 são 5. Espero que Mickey consiga refazer essa equação e quebre a lógica dos homenzinhos de merda nas próximas temporadas.

Isso te parece amor?

4 comentários

  1. Layse, você fez uma reflexão muito boa sobre a série. Principalmente sobre o Gus, porque não tinha me ligado o quão babaca ele é. Lembrei aqui de algumas coisas que ele faz não só com a Mickey mas na vida mesmo e de fato só é 0,1% fofo. Já a Mickey realmente reflete muito sobre esse lance de muitas vezes nós mulheres nos contentarmos com tanto pouco e não percebermos que não precisamos de migalhas. Confesso que estou ansiosinha pra próxima temporada porque quero ver como esses dois vão se arranjar juntos ou não.

    É minha primeira visita aqui. Adorei o visual e a forma como você escreve. Fato que passarei mais vezes!

    Beijos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Thamires! Que bom que você gostou <3 Fico feliz, de verdade. O Gus é muito babaca, né? Depois que a gente vê isso não dá pra voltar atrás! Também quero saber como a segunda temporada vai se desenrolar e se minhas expectativas vão ser alcançadas... vamos aguardar!
      Volte sempre por aqui! Beijão :)

      Excluir
  2. Assisti só o primeiro episódio da série e achei tão morninho, que não consegui sentir vontade de assistir mais. Essa é a primeira análise da série que leio que me fez querer tentar mais uma vez. Mas me conta, fica melhor que o primeiro episódio, ou segue bem a mesma linha?
    PS: Feliz que você ressuscitou o blog.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Renata. Então, eu tinha assistido ao primeiro, abandonei por semanas e depois assisti tudo bem rapidão. O Gus é tipo o cara mais babaca do mundo! Dá desespero :( Vamos aguardar o desenrolar das coisas.
      Olha, fica meio que na mesma linha do primeiro episódio. Eu diria que eu poderia continuar vivendo normalmente sem ter visto, mas se você tiver um dia ocioso e quiser passar o tempo, veja! haha
      Ê!!! Que bom que você gostou desse renascer pro aqui haha Deixa sempre comentário, sugestão, o que você quiser! Beijosss.

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...