O universo poético da fotógrafa Pân Alves: a língua dos pássaros

Quando vi pela primeira vez o trabalho da fotógrafa Pân Alves, fiquei em um estado suspenso - era quase como se eu tivesse caído numa piscina cheia de tons lavados e mergulhasse entre peles, flores e sensações.
A fotógrafa Pân Alves
O trabalho da Pân é delicado e forte ao mesmo tempo. Uma força feminina, bruta, natural, não esculpida, não pousada, que não se faz... só existe; e é leve e bonita. 
Essas aparentes contradições tem tudo a ver com a escolha de Pân em focalizar, quase sempre, mulheres. Apesar de algumas fotos de casais e de homens, são as figuras femininas que quase saltam da tela: "Eu gosto de fotografar as mulheres, porque acho que a sensibilidade e a beleza feminina não têm igual, é bonito demais. As mulheres são pedra e ar ao mesmo tempo".

A fotografia apareceu para ela ainda na infância, aos 10 anos: "eu lembro dos meus pais entregando a câmera analógica na minha mão para fazer as fotos das festas, e eu tinha uns 10 anos, mais ou menos".
Suas inspirações vêm do universo íntimo: "coisas que eu amo, cinema, música, natureza, sentimentos e até mesmo as pessoas que gosto e me relaciono".
Você pode encontrar o trabalho da fotógrafa no tumblr A língua dos pássaros e no Facebook. E por que a língua dos pássaros? "Michel Mustafa me deu esse poema que ele escreveu. “Que se afine  os lábios à língua dos pássaros, a secura da minha boca se deve à dureza da sua carne” faz parte de um trecho do poema, e essa frase se cravou em mim na mesma hora que eu li. Pra mim, a língua dos pássaros se tornou a sensibilidade pela qual trabalho nesse projeto".






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